domingo, 27 de setembro de 2009

Nossa memória: 32º COESES da UPES e o Congresso de reconstrução da UBES


Na segunda seção sobre memória do movimento estudantil, vamos falar do ano de 1981. Essse ano foi marcado pela realização do 32º Congresso da UPES, mas também do Congresso de Reconstrução da UBES em Curitiba.

Começamos com o Congresso da UPES, que tinha como presidente o mourãoense Renato Hino. O CEEG realizado em Campo Mourão naquele ano marcou o congresso da UPES para a cidade de Paranavaí. O COESES estava previsto para 3 dias, mas já no caminho para a cidade muitos ônibus foram parados pela polícia e no início do segundo dia muitas suspeitas de pessoas infiltradas rondavam o encontro e a suspeita foi confirmada muitas horas mais tarde com a invasão do plenário (o ginásio Noroestão) por centenas de policiais com ordem para terminar com o Congresso. Nessa situação os estudantes cantaram o hino nacional e imobilizaram os militares, saindo de fininho. Vendo a situação ficar sem controle a executiva da UPES suspendeu o encontro e os estudantes deixaram a cidade.

Alguns dias depois, a UPES realizou um outro CEEG em Maringá que decidiu remarcar o congresso para para os dias 14 e 15 de Novembro na cidade de Campo Mourão, pois acreditava-se que esta cidade e sua entidade estudantil pudesse garantir a "Segurança Máxima" como ficou conhecido o Congresso. E assim foi. O 32º Congresso da UPES em Campo Mourão foi realizado em grande tranquilidade e ainda contou com atividades culturais e a despedida de Renato Hino da presidência da UPES.

Congresso da UBES - Dias antes da nova realização do COESES da UPES, mais exatamente em 31 de outubro de 1981 iniciou-se em Curitiba o congresso de reconstrução da UBES, em um ginásio depredado, abandonado e que não tinha teto. Foi um congresso muito tenso e tumultuado, pois o Governador Nei Braga fez de tudo para impedir a realização do mesmo. No segundo dia de encontro a Tropa de Choque invadiu a plenária e encurralaram a todos. O estudantes usaram novamente a tática do Hino Nacional para fazer os militares pararem. Mas o hino não dura para sempre e o confronto foi inevitável dessa vez. Mas os policiais não conseguiram deter a multidão e se retiraram. Durante a noite voltaram, revistaram tudo no alojamento, mas desta vez sem confronto. Apesar de tudo o Congresso continuou, não havia alimentação e os estudantes precisavam fazer pedágio para comer.

Chegado o momento da eleição da diretoria somaram-se quase todas as correntes de pensamento presentes: Hora do Povo, Tribuna da Luta Operária, Voz da Unidade e estudantes independentes. Do outro lado estavam os seguidores da Liberdade e Luta e Convergência Socialista. O Presidente da UBES eleito foi Sérgio Amadeu da Silvade São Paulo e o Vice-Presidente foi o mourãoense José Eugênio Maciel, que foi morar em São Paulo na sede da UBES em alguns cômodos cedidos pela Câmara de vereadores da cidade.

Segue trecho extráido de arquivos com carta de Maciel aos estudantes do Paraná.

"Iniciei o movimento estudantil em meu Estado mais exatamente em Campo Mourão através da UMES a qual sempre será motivo de orgulho e consideração... nosso trabalho e de muitos foi reconhecido dando a essa entidade a minha indicação em Curitiba para Vice-presidente Geral da UBES"

Escolhi essa história (que é muito, mas muito maior mesmo resumi para tentar deixar o texto mais agradável para o BLOG) devido ao fato do hino nacional ser importante instrumento na luta dos esutdantes contra os militares e sendo hoje o Dia da Independência, achei que seria cabível relembrar essa passagem.

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Ficha técnica:

Ano: 1981

O que? 32 º COESES da UPES e Congresso de Reconstrução da UBES

Local: Paranavaí e Campo Mourão / Curitiba

Personagens: Renato Hino, José Eugênio Maciel, Governador Nei Braga e Sérgio Amadeu da Silva

Fonte: Entrevista com José Eugênio Maciel, Livro UMES 35 anos uma rebeldia consequente e Arquivos da Família Assis Marques.
Foto: Congresso da UBES 1983 - o 1º depois da reconstrução.

Extraído do blogdoraoni.blogspot.com

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